Aristides Augusto Milton (não confundir com Aristides Milton
da Silveira). Jurista, historiador, jornalista e político baiano, nasceu em 29 de maio de 1848, na
cidade de Cachoeira, sendo seus pais Tito Augusto Milton e Leopoldina
Clementina Milton.
Seus primeiros estudos foram em sua terra natal, sendo os
subsequentes no Ginásio Baiano, onde foi condiscípulo de Castro Alves e Rui Barbosa. Concluídos o
preparatórios, foi para Recife, ingressou na Faculdade de Direito e, em
1869, concluiu o curso de Ciências
Jurídicas e Sociais.
Formado, regressou à Bahia. Foi Juiz Municipal e de Órfãos
em Santa Isabel do Paraguaçu (hoje Mucugê). Depois, foi Juiz substituto da
capial (por dois anos), Juiz de Direito de Maracás e D. Pedro II (Piaui).
Como jornalista, militou na imprensa de Salvador (onde foi
redator do “Correio da Bahia”) e, em sua cidade natal, (onde fundadou o “Jornal
da Cachoeira”).
Como político, teve uma carreira brilhante. Filiado ao
Partido Conservador, foi eleito deputado provincial e, depois, deputado geral.
Proclamada a República, foi eleito deputado à Constituinte, sendo reeleito deputado
geral em quatro legislaturas consecutivas. Em 1881, assumiu a presidência da
província de Alagoas e, em seguida, foi chefe de polícia, em Sergipe.
Desempenhou relevante papel na comissão encarregada do
projeto do Código Penal Brasileiro. Sua vasta cultura jurídica elevou-o a um
papel de destaque como um dos principais redatores da primeira Constituiççao
republicana.
Como escritor, dedicou-se aos estudos históricos. Seus
principais trabalhos são "A Campanha de Canudos, “A República",
"Federação no Brasil", "Análise da Constituição do Brasil" e
"Efemérides Cachoeiranas".
O livro “A Campanha de Canudos” (lançado antes de “Os
Sertões”, de Euclides da Cunha), é o resultado
de exaustivas pesquisas realizadas a pedido do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro. Data de 1897 e é considerado “um relato minucioso, direto e
objetivo da guerra no sertão baiano”
A obra “Análise da Constituição do Brasil”, é considerada o
melhor trabalho sobre a primeira constituição da República.
Em “Efemérides Cachoeiranas” Aristides Milton retrata, com
honestidade e acendrado amor filial, os principais acontecimentos históricos da
cidade, desde a chegada de colonos portugueses ao aldeamento indígena que
existia no Rio Paraguaçu e que deu origem à Vila de Nossa Senhora do Rosário do
Porto da Cachoeira.
Como cidadão cachoeirano probo e idealizador, fundou o
“Monte Pio dos Artistas Cachoeiranos”, entidade que congregava os artesões da
cidade. Foi abolicionista, pugnou pelos direitos previdenciários muito antes da
promulgação da ligislação específica e
foi um ardoroso cultor da história e do engrandecimento de sua cidade.
Foi membro efetivo do Instituto Histórico e geográfico
Brasileiro e da Santa Casa de Misericórida de Cachoeira, da qual foi provedor:
em sua gestão, saneou as finanças da
entidade e obteve, com seu prestígio, significativo subsídio, com o quail
ampliou os mecanismos de assistência social da região.
Assim, amado e admirado por todos, faleceu no dia 26 de
janeiro de 1904, aos 56 anos de idade.
Em sua homenagem os cachoeiranos deram o nome de Praça Dr.
Milton a um dos principais logradouros da cidade.
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