domingo, 27 de abril de 2014

ARISTIDES AUGUSTO MILTON


 
 
Aristides Augusto Milton (não confundir com Aristides Milton da Silveira). Jurista, historiador, jornalista e político  baiano, nasceu em 29 de maio de 1848, na cidade de Cachoeira, sendo seus pais Tito Augusto Milton e Leopoldina Clementina Milton.
Seus primeiros estudos foram em sua terra natal, sendo os subsequentes no Ginásio Baiano, onde foi condiscípulo de  Castro Alves e Rui Barbosa. Concluídos o preparatórios, foi para Recife, ingressou na Faculdade de Direito e, em 1869,  concluiu o curso de Ciências Jurídicas e Sociais.
Formado, regressou à Bahia. Foi Juiz Municipal e de Órfãos em Santa Isabel do Paraguaçu (hoje Mucugê). Depois, foi Juiz substituto da capial (por dois anos), Juiz de Direito de Maracás e  D. Pedro II (Piaui).
Como jornalista, militou na imprensa de Salvador (onde foi redator do “Correio da Bahia”) e, em sua cidade natal, (onde fundadou o “Jornal da Cachoeira”).
Como político, teve uma carreira brilhante. Filiado ao Partido Conservador, foi eleito deputado provincial e, depois, deputado geral. Proclamada a República, foi eleito deputado à Constituinte, sendo reeleito deputado geral em quatro legislaturas consecutivas. Em 1881, assumiu a presidência da província de Alagoas e, em seguida, foi chefe de polícia, em Sergipe.
Desempenhou relevante papel na comissão encarregada do projeto do Código Penal Brasileiro. Sua vasta cultura jurídica elevou-o a um papel de destaque como um dos principais redatores da primeira Constituiççao republicana.
Como escritor, dedicou-se aos estudos históricos. Seus principais trabalhos são "A Campanha de Canudos, “A República", "Federação no Brasil", "Análise da  Constituição do Brasil" e "Efemérides Cachoeiranas".
O livro “A Campanha de Canudos” (lançado antes de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha), é o resultado  de exaustivas pesquisas realizadas a pedido do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.  Data de 1897 e  é considerado “um relato minucioso, direto e objetivo da guerra no sertão baiano”
A obra “Análise da Constituição do Brasil”, é considerada o melhor trabalho sobre a primeira constituição da República.
Em “Efemérides Cachoeiranas” Aristides Milton retrata, com honestidade  e acendrado amor filial,  os principais acontecimentos históricos da cidade, desde a chegada de colonos portugueses ao aldeamento indígena que existia no Rio Paraguaçu e que deu origem à Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira.
Como cidadão cachoeirano probo e idealizador, fundou o “Monte Pio dos Artistas Cachoeiranos”, entidade que congregava os artesões da cidade. Foi abolicionista, pugnou pelos direitos previdenciários muito antes da promulgação da ligislação específica  e foi um ardoroso cultor da história e do engrandecimento de sua cidade.   
Foi membro efetivo do Instituto Histórico e geográfico Brasileiro e da Santa Casa de Misericórida de Cachoeira, da qual foi provedor: em sua  gestão, saneou as finanças da entidade e obteve, com seu prestígio, significativo subsídio, com o quail ampliou os mecanismos de assistência social da região.
Assim, amado e admirado por todos, faleceu no dia 26 de janeiro de 1904, aos 56 anos de idade.
Em sua homenagem os cachoeiranos deram o nome de Praça Dr. Milton a um dos principais logradouros da cidade.
 


 
 

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