sexta-feira, 16 de novembro de 2012

MARIA FELIPA DE OLIVEIRA


MARIA FELIPA DE OLIVEIRA





Maria Felipa de Olveira,  ou simplesmente Maria Felipa, é uma heroína        baiana esquecida por um grande número de historiadores.
Não se sabe  qual a data do seu nascimento. 
Sabe-se apenas que Maria Felipa era uma mulher negra, alta, alegre e corpulenta  que nasceu em Itaparica onde exerceu as profissões  de marisqueira e  capoeirista.
Nasceu escrava.  Depois foi libertada  e como liberta trabalhou  coletando mariscos e jogando  capoeira, nas horas vagas.
Aprendeu a luta da capoeira para vadiar e se defender. Queria que o Brasil se libertasse da dominação portuguesa, que para ela era a única responsável pela escravidão dos seus avós e descendentes.
Para cumprir seu destino, começou  se escondendo no outeiros da Fazenda 27, em Gameleira (Itaparica), para acompanhar, duranre a noite, a movimentação das caravelas lusitanas.
Em seguida, tomava uma jangada e ia para Salvador, passar as informações para o Comando do Movimento de Libertação.
Não satisfeita com sua atuação na retaguarda, resolveu partir para luta.
Sabia que uma frota de 42 embarcações estava prestes a atacar a capital da Bahia e arquitetou um plano, disposta a executá-lo.
Sob o comando de Maria Felipa,  quarenta mulheres desceram a Praia do Convento, vestidas a caráter, com sais rodadas e batas que deixavam um pedaço  do ombro desnudado..
Afirma a tradição oral que elas “seduziram a maioria dos soldados e seus comandantes e levaram-nos para um lugar ermo”. Quando eles, animados, ficaram sem roupa, elas aplicaram-lhes uma  surra de cansanção.”
Impunhando  a  planta irritante,  causaram  nos soldados inimigos uma mistura infernal de dor e coceira, deixando-os desarvorados.
 “O ataque inesperado, vindo de um bando de mulheres, tirou o sossego do acampamento.  A surra com os galhos de cansanção deixou os marinheiros sem reação. Enquanto eles se contorciam no chão, esfregando a pele na areia para retirar a peçonha, as mulheres atiravam tochas nos barcos mais próximos. O saldo de tão engenhoso ataque foi de 42 embarcações queimadas, uma baixa significativa na frota reunida pelo general Madeira de Melo para atacar Itaparica.”
Esta  foi uma ação decisiva para a vitória das tropas brasileiras, as quais, vindas do Recôncavo, entraram em Salvador no dia 2 de julho de 1823, sob ovação popular.
Xavier Marques registra o acontecimento em seu romance, bem como Bernadino Nóbrega, Inácio Accioly e Jurandir Pires Pereira.
Maria Felipa faleceu, em completo ostracismo, em 4 de janeiro de 1873.
Sua memória continua esquecida. O historiador Ubaldo Osório foi o primeiro a descobrir  Maria Felipa.  Seu neto, o escritor João Ubaldo, em seu livro “O Povo Brasileiro”, cognomina-a  “Maria da Fé”. A professora Eny Kleyde, diretora do Centro de Estudos de Pós Graduação das Faculdades Integradas Olga Mettig, publicou um livro sobre a heroína negra.
No restante, completo silêncio.
 


 
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário