terça-feira, 28 de outubro de 2014

JAIME SODRÉ


JAIME SODRÉ
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Jaime Santana Sodré Pereira, mais conhecido como Jaime Sodré, historiador,  poeta, compositor, músico, adepto e defensor do Candomblé, escritor e professor universitário, nasceu em Salvador, em 19 de fevereiro de 1947.
Ele é:
  1. Licenciado em Desenho Geométrico, em 1973, pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, concluiu o mestrado em Teoria e História da Arte, com uma dissertação sobre a influência da religião afro-brasileira na obra de Mestre Didi. É doutor em História Social e PhD em História da Cultura Negra.
  2.  Professor da Universidade do Estado da Bahia, do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia e membro atuante das religiões afro-brasileiras.
  3. Autor de diversas obras sobre historiografia baiana, dentre as quais detacamos a peça teatral intitulada “1835: Alufá Licutari”. Nesta peça ele  aborda a Revollução Malê e o seu lider, Alufã Licutari, uma  personaliade histórica esquecida pelos historiadores.  Este trabalho ganhou, em 2003, o 2º lugar do Prêmio Funarte, região Nordeste, do Ministério da Cultura.
Jaime Sodré é, também, versado em antropologia e  artes. Em 2010 publicou o livro “Da Diabolização a Divinização - Criação de Um Senso Comum”. Trata-se de uma  análise  sobre a imagem distorcida do Candomblé baianol
Outras obras de sua autoria são:
  1. "Influência da religião afro-brasileira na oObra escultórica do Mestre Didi”
  2. “ Quirino, um heroi da raça e classe”
  3. “As histórias de lokoirokotempo: Candomblé, Uma História Para Qualquer Idade”
  4. “O dia em que mataram Papai Noel”
  5. “Da cor da noite”, em colaboração com Nivalda Costa.
É Ogan do Candomblé bantu e responsável pela parte musical, instrumental e cerimonial da casa de Nação Jeje, localizada na Ladeira do Bogum, no Bairro de Engenho Velho da Federação, em Salvador.
É portador de diversos prêmios e condecorações, dos quais merecem destaque:
  1. Medalha 2 de Julho, da Prefeitura de Salvador
  2. Homenagem Ládurú Óré, do Núcleo de Religiões de Matriz Africana da Polícia Militar
  3. Troféu Caboclo da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu
  4. Medalha Zumbi dos Palmares, da Câmara Municipal de Salvador.
Transcrevemos a seguir um de seus pronunciamentos sobre a africanidade, mais precisamente sobre a mulher africana:
“A África clama por um novo olhar.
Mulheres Africanas – A Rede Invisível é um filme de Carlos Nascimento que aborda cinco mulheres marcantes na história deste continente:
Luiza Diogo ressalta a presença feminina na definição da agenda nacional; Graça Machel, ex-ministra da Educação de Moçambique, destaca que a presença feminina já atingiu uma massa crítica, faltando visibilidade; Sara Masasi conta como saiu da invisibilidade na Tanzânia muçulmana como empresária de sucesso; Leymam Gbowee, Prêmio Nobel, atuante pela paz na guerra civil da Libéria; Nadine Gordimer, escritora, vencedora do Nobel, argumenta da impossibilidade de falar de uma cultura africana única.
Luiza Diogo, primeira-ministra entre 2004 e 2010, diz que a mulher luta principalmente pela segurança alimentar; o trabalho da mulher africana na zona rural é extremamente duro, “imagine uma mulher de vários braços”, comenta. Para Luiza, a mulher está a construir uma agenda do desenvolvimento do país, por isso investir nas mulheres é importante.
Graça Machel, ministra da Educação e Cultura entre 1975 e 1989 em Moçambique, chama a atenção para as transformações que as mulheres africanas têm revelado: “Já há uma massa crítica no ambiente das mulheres africanas, em particular as jovens, altamente qualificadas, que exercem funções de grande responsabilidade, mas não tem havido um sistema que lhes permita ter visibilidade”.
Sara Masasi, da Tanzânia, é líder empresarial e diz: “Quando se tem um negócio, você precisa pensar, porque você não quer perder”; deve-se desfilar na avenida do sucesso, a que não se chega sem planejar. “Adoro trabalhar, os desafios me tornaram a pessoa que sou” – era a única africana a frequentar  uma escola europeia. Atua no mercado de placas para automóveis.
Carmeliza Rosário é antropóloga de Moçambique e assim se manifesta: “Não creio que a humanidade tenha se desenvolvido sem a existência da mulher… são elas que ficam grávidas, geram os filhos”, mas chama a atenção de que todos são importantes de alguma maneira. Alega que é preciso ter respeito pela África, afinal “somos o berço da humanidade”.
Nadine Gordimer, da África do Sul, branca, com Prêmio Nobel de Literatura, ressalta que o continente africano é enorme, sendo impossível falar a respeito de uma cultura unificada, porém as mulheres desempenharam um papel subjetivo. Até os dias de hoje há problemas de lidar com pessoas que vendem suas filhas de 14 ou 15 anos para homens mais velhos. A mulher negra tem que lutar contra isso, conclama.
Para Graça Machel, nos últimos dez anos o continente africano fez progresso quanto ao acesso das “raparigas” à educação, muitas no primário, mas o desafio é a passagem do primário para o secundário, e ainda maior deste para o “terciário”. Lembra que existe uma grave evasão da terceira para a quarta, quando a comunidade acredita que a menina está pronta para casar. Ela afirma que as tradições não são estáticas e acredita em mudanças.
Leymam Gbowee é uma personagem carismática, nascida na Libéria, Prêmio Nobel da Paz. A guerra civil na Libéria matou cerca de 200 mil pessoas, foram cometidas atrocidades por soldados de ambos os lados, milhares fugiram e Gbowee viveu em campos de refugiados em Gana. De 1909 a 2003 foram os anos mais cruéis, grupos inteiros foram dizimados, mulheres estupradas e alguns soldados diziam que suas genitálias eram boas demais para violentar as mulheres, por isso usavam facões na genitália feminina.
Quando vieram as conversações de paz, elas tiveram grande esperança, mas as discussões giravam em torno de quem iria controlar as minas de diamantes. Em revolta Gbowee e suas amigas bloquearam a saída do prédio, o segurança quis prendê-la, mas ela ameaçou tirar a roupa e disse: “A minha nudez será em protesto contra a miséria”. Duas semanas depois o acordo de paz foi assinado.
Luiza Diogo afirmou que “o substrato do funcionamento deste continente está nas mãos das mulheres, é aquele ditado que diz: a mulher sustenta metade do céu… mas se um dia ela largar, tudo rui”. Que continuem a sustentar!”


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