JAIME SODRÉ
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Jaime Santana Sodré Pereira, mais
conhecido como Jaime Sodré, historiador, poeta, compositor, músico, adepto e defensor
do Candomblé, escritor e professor universitário, nasceu em Salvador, em 19 de
fevereiro de 1947.
Ele é:
- Licenciado em Desenho Geométrico, em 1973, pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, concluiu o mestrado em Teoria e História da Arte, com uma dissertação sobre a influência da religião afro-brasileira na obra de Mestre Didi. É doutor em História Social e PhD em História da Cultura Negra.
- Professor da Universidade do Estado da Bahia, do Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia e membro atuante das religiões afro-brasileiras.
- Autor de diversas obras sobre historiografia baiana, dentre as quais detacamos a peça teatral intitulada “1835: Alufá Licutari”. Nesta peça ele aborda a Revollução Malê e o seu lider, Alufã Licutari, uma personaliade histórica esquecida pelos historiadores. Este trabalho ganhou, em 2003, o 2º lugar do Prêmio Funarte, região Nordeste, do Ministério da Cultura.
Jaime Sodré é, também, versado em
antropologia e artes. Em 2010 publicou o
livro “Da Diabolização a Divinização - Criação de Um Senso Comum”. Trata-se de
uma análise sobre a imagem distorcida do Candomblé
baianol
Outras obras de sua autoria são:
- "Influência da religião afro-brasileira na oObra escultórica do Mestre Didi”
- “ Quirino, um heroi da raça e classe”
- “As histórias de lokoirokotempo: Candomblé, Uma História Para Qualquer Idade”
- “O dia em que mataram Papai Noel”
- “Da cor da noite”, em colaboração com Nivalda Costa.
É Ogan do Candomblé bantu e
responsável pela parte musical, instrumental e cerimonial da casa de Nação
Jeje, localizada na Ladeira do Bogum, no Bairro de Engenho Velho da Federação,
em Salvador.
É portador de diversos prêmios e
condecorações, dos quais merecem destaque:
- Medalha 2 de Julho, da Prefeitura de Salvador
- Homenagem Ládurú Óré, do Núcleo de Religiões de Matriz Africana da Polícia Militar
- Troféu Caboclo da Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu
- Medalha Zumbi dos Palmares, da Câmara Municipal de Salvador.
Transcrevemos a seguir um de seus
pronunciamentos sobre a africanidade, mais precisamente sobre a mulher
africana:
“A África clama por um novo
olhar.
Mulheres Africanas – A Rede
Invisível é um filme de Carlos Nascimento que aborda cinco mulheres marcantes
na história deste continente:
Luiza Diogo ressalta a presença
feminina na definição da agenda nacional; Graça Machel, ex-ministra da Educação
de Moçambique, destaca que a presença feminina já atingiu uma massa crítica,
faltando visibilidade; Sara Masasi conta como saiu da invisibilidade na
Tanzânia muçulmana como empresária de sucesso; Leymam Gbowee, Prêmio Nobel,
atuante pela paz na guerra civil da Libéria; Nadine Gordimer, escritora,
vencedora do Nobel, argumenta da impossibilidade de falar de uma cultura
africana única.
Luiza Diogo, primeira-ministra
entre 2004 e 2010, diz que a mulher luta principalmente pela segurança
alimentar; o trabalho da mulher africana na zona rural é extremamente duro,
“imagine uma mulher de vários braços”, comenta. Para Luiza, a mulher está a
construir uma agenda do desenvolvimento do país, por isso investir nas mulheres
é importante.
Graça Machel, ministra da
Educação e Cultura entre 1975 e 1989 em Moçambique, chama a atenção para as
transformações que as mulheres africanas têm revelado: “Já há uma massa crítica
no ambiente das mulheres africanas, em particular as jovens, altamente
qualificadas, que exercem funções de grande responsabilidade, mas não tem
havido um sistema que lhes permita ter visibilidade”.
Sara Masasi, da Tanzânia, é líder
empresarial e diz: “Quando se tem um negócio, você precisa pensar, porque você
não quer perder”; deve-se desfilar na avenida do sucesso, a que não se chega
sem planejar. “Adoro trabalhar, os desafios me tornaram a pessoa que sou” – era
a única africana a frequentar uma escola europeia. Atua no mercado de
placas para automóveis.
Carmeliza Rosário é antropóloga
de Moçambique e assim se manifesta: “Não creio que a humanidade tenha se
desenvolvido sem a existência da mulher… são elas que ficam grávidas, geram os
filhos”, mas chama a atenção de que todos são importantes de alguma maneira.
Alega que é preciso ter respeito pela África, afinal “somos o berço da
humanidade”.
Nadine Gordimer, da África do
Sul, branca, com Prêmio Nobel de Literatura, ressalta que o continente africano
é enorme, sendo impossível falar a respeito de uma cultura unificada, porém as
mulheres desempenharam um papel subjetivo. Até os dias de hoje há problemas de
lidar com pessoas que vendem suas filhas de 14 ou 15 anos para homens mais
velhos. A mulher negra tem que lutar contra isso, conclama.
Para Graça Machel, nos últimos
dez anos o continente africano fez progresso quanto ao acesso das “raparigas” à
educação, muitas no primário, mas o desafio é a passagem do primário para o
secundário, e ainda maior deste para o “terciário”. Lembra que existe uma grave
evasão da terceira para a quarta, quando a comunidade acredita que a menina
está pronta para casar. Ela afirma que as tradições não são estáticas e
acredita em mudanças.
Leymam Gbowee é uma personagem
carismática, nascida na Libéria, Prêmio Nobel da Paz. A guerra civil na Libéria
matou cerca de 200 mil pessoas, foram cometidas atrocidades por soldados de
ambos os lados, milhares fugiram e Gbowee viveu em campos de refugiados em
Gana. De 1909 a 2003 foram os anos mais cruéis, grupos inteiros foram
dizimados, mulheres estupradas e alguns soldados diziam que suas genitálias
eram boas demais para violentar as mulheres, por isso usavam facões na
genitália feminina.
Quando vieram as conversações de
paz, elas tiveram grande esperança, mas as discussões giravam em torno de quem
iria controlar as minas de diamantes. Em revolta Gbowee e suas amigas
bloquearam a saída do prédio, o segurança quis prendê-la, mas ela ameaçou tirar
a roupa e disse: “A minha nudez será em protesto contra a miséria”. Duas
semanas depois o acordo de paz foi assinado.
Luiza Diogo afirmou que “o
substrato do funcionamento deste continente está nas mãos das mulheres, é
aquele ditado que diz: a mulher sustenta metade do céu… mas se um dia ela
largar, tudo rui”. Que continuem a sustentar!”
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