MESTRE MORAES
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Pedro Moraes Trindade, conhecido
como Mestre Moraes, famoso difusor da capoeira de Angola, nasceu na Ilha da
Maré, em 9 de fevereiro de 1959. Seu pai, também capoeirista, era -- de igual
modo, adepto da capoeira de Angola.
Moraes começou a praticar a capoeira
quando tinha oito anos, ocasião em que freqüentou a academia de Mestre Pastinha
que já estava cego e não dava mais aula. Nessa altura da vida Mestre Pastinha
passou o comando de sua academia para os alunos João Grande e João Pequeno.
Desde a mocidade, Mestre Moraes
foi um apaixonado pela capoeira de Angola. “Eu nasci com a missão de aprender e
ensinar a capoeira de Angola”, afirma ele. O estilo de Angola era praticado pelos escravos
africanos como meio de defesa contra os maus tratos dos colonizadores. Era
ensinado aos mais novos pelos escravos mais velhos, e assim passou de geração a
geração, até a década de trinta do século passado. Sobreviveu, apesar da
perseguição sofrida pelos seguidores. Na
Guerra do Paraguai, por exemplo, foram enviados para o campo de batalha para
serem exterminados. Nos anos trinta, Mestre Bimba criou um novo estilo de
capoeira mais ao gosto da classe
dominante. A primeira apresentação dessa nova capoeira, chamada
regional, foi em palácio, para o Presidente Getúlio Vargas. A capoeira de Angola
tem como principais defensores, Mestre Pastinha e seus discípulos, João Pequeno
e João Grande. É praticada por artesões e proletários: sapateiros, pedreiros,
estivadores, açougueiros, porteiros e estivadores.
Em 1970, Mestre Moraes mudou-se
para o Rio de Janeiro de onde voltou após a morte de Pastinha, treze anos
depois. De regresso a Salvador, fundou o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho
(GCAP), com o objetivo de transmitir e preservar os ensinamentos que recebeu de
seus mestres. Além de presidente do GCAP, é professor de Inglês, Mestre em
História Social pela Universidade Federal da Bahia, doutor em Cultura e
Sociedade pela mesma universidade e compositor de música de capoeira. Seu disco
“Roda de Capoeira” foi indicado ao Grammy, em 1984.
Apaixonado pelo estilo de Angola,
afirma: “Eu acredito que nasci com a missão de aprender e ensinar a capoeira”. Durante
os últimos quarenta e cinco anos não tem feito outra coisa senão aprender e
ensinar capoeira, estabelecer relações
com outros capoeiristas, pesquisar e analisar a capoeira e realizar trabalho de
campo.
Em entrevista a Claudiane Lopes
revelou que para restabelecer o prestígio da capoeira de Angola, e difundi-la
em outros países, teve de ingressar na UFBa e estudar inglês e literatura.
Mestre Moraes leciona português e
inglês no sistema público de ensino.
O GCAP tem sede em Salvador mas
possui escolas de capoeira no Ceará, Rio
Grande do Sul, São Paulo e Japão. “Nós do GCAP visamos sensibilizar, plantando
sementes e orientando pessoas que são vozes levantadas contra o preconceito e o
racismo. Em todos os momentos da nossa história, a capoeira tem sido uma arma
de resgate e cidadania. O GCAP é o único
grupo voltado para a questão sócio-política”.
"A história nos engana.
Diz tudo pelo contrário.
Até diz que a abolição
Aconteceu no mês de maio.
A prova dessa mentira
É que da miséria não saia.
Viva vinte de novembro
Momento pra se lembrar
Não vejo em treze de maio
Nada pra comemorar
Muito tempo se passou
E o negro sempre a lutar
Zumbi é nosso herói
Zumbi é nosso herói, colega velho
Do Palmares foi senhor
Pela causa do homem negro
Foi ele quem mais lutou
Apesar de toda luta, colega velho
O negro não se libertou..."
Diz tudo pelo contrário.
Até diz que a abolição
Aconteceu no mês de maio.
A prova dessa mentira
É que da miséria não saia.
Viva vinte de novembro
Momento pra se lembrar
Não vejo em treze de maio
Nada pra comemorar
Muito tempo se passou
E o negro sempre a lutar
Zumbi é nosso herói
Zumbi é nosso herói, colega velho
Do Palmares foi senhor
Pela causa do homem negro
Foi ele quem mais lutou
Apesar de toda luta, colega velho
O negro não se libertou..."
(Mestre Moraes)
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Mestre Moraes nasceu em 1950 e seu pai não era capoeirista !
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