VASCO NETO E FERROVIA DE INTEGRAÇÃO OESTE-LESTE
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Vasco Azevedo Neto, engenheiro
civil, político e professor
universitário, é um baiano nascido em Guaxupé, Minas Gerais, no dia 25 de
fevereiro de 1916.
Além de Professor Emérito da
Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (pela qual se graduou, foi livre docente, catedrático
e diretor), Vasco Neto foi Deputado Federal
por quatro mandatos (1971-1974, 1974-1978,
1978-1980 e 1986-1990) e candidato a Presidente da República (1998), Na Câmara Federal, reativou o Plano Viário/73
e continuou a luta do seu pai, Deputado Vasco Filho, em favor da construção da rodovia
BR-030 e da Ferrovia Marau-Brasília.
Trabalhou na Campanhia de
Melhoramentos Urbanos de Salvador, no
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), no Departamento Nacional
de Estradas de Ferro (DNEF), no Departamento Estadual de Rodagem da Bahia
(DERBa) e criou o Departamento de Transportes na Escola Politécnica da UFBa.
É portador de várias honrarias e
condecorações: Mérito Mauá (medalha e diploma), Mandacaru de Ouro, Cidadão
Honorário de Maraú, (Ba, 1965), Cidadão Honorário de Ubaitaba (Ba, 1969),
Medalha e Diploma Integração do Brasil pelas Telecomunicações, Medalha do
Sesquicentenário do Poder Legislativo (1972), Cidadão do Estado de Sergipe
(1973), Medalhas do Mérito Tamandaré (1973), Santos Dumont (1973 e Mauá (1973),
e Comendador da Ordem do Mérito Aeronáutico (1974).
De sua bibliografia, constam vários
trabalhos: “Os Vales na Economia”; “Transportes na América do Sul”, “Portos e
Ferrovias: Projeção para o III Milênio”, “Transportes - Correções de Rumo”, “ O
entorno da Baía de Todos os Santos”, “A Visibilidade e o Grade ondulado - Um
caso típico”, “Transporte Ferroviário”, “Dia Nacional de Ação de Graças” e uma
monografia comemorativa do primeiro centenário do Instituto Politécnico da
Bahia.
Como engenheiro civil, professor
de engenharia e membro do Congresso Nacional, participou de viagens de estudos,
congressos e seminários, no Brasil e no
exterior (Estados Unidos, Argentina e Portugal).
Ao longo de sua vida, toda ela dedicada aos mais elevados princípios de
civismo e cidadania, defendeu a ligação ferroviária, rodoviária e fluvial da
costa atlântica com a pacífica. O
traçado da atual Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) è inspirado no projeto
denominado “Ferrovia Transulamericana”, de autoria do Prof. Vasco Azevedo Neto,
tendo por base a “Teoria das Linhas de Menor Resistência”, tese apresentada por
ele para obtenção da Cátedra de Estradas de Ferro e de Rodagem na Escola
Politécnica da Universidade Federal da Bahia.
Influenciado, talvez, por seus pais que eram ferroviários em Minas
Gerais, revelou-se um apaixonado por trens de ferro, Notabilizou-se por ser um
grande pensador do sistema viário brasileiro e por ser o precursor da FIOL, ferrovia
de fundamental importância para a dinamização da economia baiana e a integração
da região oeste com o litoral e da costa
atlântica com a pacífica.
O projeto por ele concebido
pretendia ligar os dois oceanos por meio de um complexo rodoviário e
ferroviário que passaria pelos Andes e chegaria a Iquitos, no Peru.. “A estrada
nunca andou porque os gringos não liberaram dinheiro. Tinham medo que o Brasil
se integrasse com os tigres asiáticos”, dizia ele.
A ideia da estrada leste-oeste não
é nova. Houve, no século XIX, dois projetos: o primeiro, de autoria do
engenheiro André Rebouças (também baiano),
objetivava uma ligação interoceânica. O
segundo, de 04 de abril de 1896, de autoria dos engenheiros Paula Freitas,
Geraldo Bentes e Paulo Maia, era semelhante: ligava a Bahia de Todos os Santos
a Arica, no Chile, passando por Rio de Contas, Caetité, Carinhanha, Goiânia,
Coxim, Corumbá, Sucre (Bolívia) e Arica (Chile).
O projeto de Vasco Neto, datado de
1973, estava esquecido nos arquivos do
Congresso Nacional há mais de cinquenta anos. São 1.517 quilômetros de ferrovia
que, além de dar inicio a ligação do Brasil com os países da costa pacífica,
possibilita a ligação do oesta da Bahia (grande
produtor de algodão e carne bovina) com o Porto Sul, em Ilhéus. Atravessa 43
municípios, escoa a produção de minérios, transporta insumos e fertilizantes
para o oeste do estado, impulsiona o desenvolvimento de 140 municípios, reduz o
fluxo de caminhões pelas rodovias e diminui o custo do transporte de carga.. Além
de beneficiar a Bahia, tem impacto sobre outros unidades da Federação.
Embalado por seu sonho, Vasco
Neto faleceu em Salvador, no dia 30 de setembro de 2010, aos 94 anos de idade.
Seu corpo, depois de velado na Escola Politécnica da Universidade Federal da
Bahia, foi sepultado com grande acompanhamento no Cemitério do Campo Santo.
“Perdemos um ser humano admirável, em todos os
sentidos, como pai de família, amigo, engenheiro e homem público. Idealista,
perseverante e de princípios, muitos dos seus sonhos tornaram-se realidade.
Outros ainda o serão, principalmente os que se referem aos sistemas
ferroviário e hidroviário que servirão à América Latina. Que a vida do
professor Vasco Neto contribua para lembrar que vale a pena ser honesto”
(Walter Pinheiro).
Um de seus filhos, Vasco Otávio
Azevedo, falou um pouco da trajetória visionária de seu pai. “Além da Ferrovia
Oeste-Leste, seu grande sonho era ver a América Latina ligada por uma hidrovia,
ou seja, interligada por rios. Lutou veementemente contra o fim da ferrovia,
foi visionário quando pensou no álcool como combustível, em uma época em que não
se pensava que hoje seria tão utilizado”, destacou.
Pretende-se homenagear o
ex-deputado Vasco Neto, e seu pai, dando
seus nomes, respectivamente, à Rodovia Feira-Salvador e à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL).
Quanto a esta última, o Governador Jacques Wagner e os senadores Lídice da Mata
e Walter Pinheiro estiveram na residência do Prof. VascoNeto, em 25 de fevereiro
de 2010, para comunicar que a FIOL teria o nome de “Ferrovia Eng. Vasco Neto”.
Desta visita resultou o Projeto de Lei 2223/2011, subscrito pelos três
senadores da Bahia e os três representantes do Tocantins. Já aprovado no Senado,
encontra-se na Câmara Federal. O Sindicato dos Engenheiros da
Bahia, a Escola Politécnica da UFBa e o Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia da Bahia, apoiaram a iniciativa e enfatizaram o pioneirismo de Vasco
Neto e o seu papel de cidadão e homem público, sério e honesto, sempre comprometido
com o progresso e a integração da Bahia, do Brasil e da América do Sul.
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