MANOEL TRANQUILINO BASTOS
Manoel Traquilino Bastos,
clarinetista, compositor, arranjador, professor e regente musical, nasceu em Cachoeira, no dia 8 de outubro de
1850.
Filho de pai português e mãe negra alforriada, Manoel Tranquilino Bastos, foi um gênio da música, um semeador de orquestras.
Filho de pai português e mãe negra alforriada, Manoel Tranquilino Bastos, foi um gênio da música, um semeador de orquestras.
Quando criança, aprendreu a tocar clarineta, e se incorporou ao Coro de
Santa Cecília.
Ainda menor de idade, passou a integrar
a Banda Marcial São Benedito, composta por músicos negros.
Depois, aos 14 anos incompletos,
tocou clarineta em diversos eventos musicais e absorveu, por si só, e com imenso esforço, a cultura musical européia, muito particularmente da Itália, Alemanha e,
principalmente, da França.
Sua fama transpôs os limites do
Brasil e chegou ao Velho Mundo, onde suas composições foram aplaudidas de pé por platéias
eruditas.
Foi, durante muito tempo, o
representante na Bahia de .fábricas francesas de instrumentos musicais,
inclusive da Casa Sax, do inventor do saxofone Adolf Sax, e da casa
franco-britânica Besson.
Absolucionista convicto, ficou
conhecido pelo epíteto “O Maestro da Abolição”.
Esteve à frente dos
movimentos em favor da abolição da escravatura. O “Hino Abolicionista” e a
música “Airosa Passeata” são de sua autoria. “Airosa Passeata” retrata a passeata em que ele, à frente de mais
de duas mil pessoas, a maioria composta por negros recém-libertados, foi às ruas
de Cachoeira na noite de 13 de maio de 1888, comemorando a assinatura da Lei
Áurea.
De sua autoria são as primeiras
composições de música de câmara da Bahia. Sua paixão pela música fez com que, de
seus dez filhos, três se tornarem músicos, perpetuando o legado paterno, composto por 295 dobrados,
150 marchas festivas, 50 marchas fúnebres e 205 fragmentos de ópera transcritos
para banda marcial, além de inúmeras valsas e peças sacras.
De sua autoria são, 120
crônicas e artigos para jornais e revistas, bem como manuscritos e diários,
além de cadernos de música
Era espírita. Fiel à
sua convicção religiosa, fundou, em 1877, com alguns amigos, a Sociedade Espírita Cachoeirana.
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