segunda-feira, 1 de outubro de 2012

AFRÂNIO PEIXOTO


AFRÂNIO PEIXOTO

 



Afirmou José Santiago da Mota: “ Júlio Afrânio Peixoto, que eu tive a ventura de conhecer, de receber provas de amizade e de ouvir sua palavra cristalina, acadêmica, serena e escorreita, em orações magistrais, foi um homem extraordinário em diversos ramos do saber”.

Médico legista, higienista, sociólogo, etnógrafo, romancista, ensaísta, historiador, merece o respeito e a consideração de todos os baianos.

Filho do Capitão Francisco Afrânio Peixoto e Virgínia de Morais Peixoto, nasceu a 17 de dezembro de 1876, na cidade de Lençóis. Concluídos os preparatórios, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, doutorando-se em 1898, quando apresentou a tese intitulada “Epilepsia e Crime”, a qual repercutiu não só no Brasil como na Europa.

Foram seus colegas de turma : Antônio do Amaral Ferrão Muniz, Augusto Couto Maia, Menandro dos Reis Meireles Filho e Luiz Pinto de Carvalho, todos professores da Faculdade.

Em 900, iniciou sua atividade de escritor, publicando “Rosa Mística”.

Em 1902, seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi nomeado Inspetor Sanitário e, no ano seguinte, médico do Hospital Nacional de Alienados. Substituindo ao seu mestre Juliano Moreira, quando este estava na Europa, assumiu a direção do Hospital, quando promoveu reforma radical na tradicional instituição.

Em 1903, foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.

Em 1905, realizou viagem de estudos à Europa, onde freqüentou os cursos dos professores mais famosos de Berlim, Viena e Paris.

Ao regressar, conquistou, por concurso de títulos e provas, a cadeira de Medicina Legal, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

Nessa época, publicou o romance: “Esfinge”, ao qual se seguiram “Maria Bonita” (sua obra prima, publicada em 1914), “Minha Terra e Minha Gente”(1916), “Poeira de Estrada”(1916), “Fruta do Mato”(1920), “Parábolas”(1920), “Castro Alves, o Poeta e o Poema”(1922), “Bugrinha”(1922), “As Razões do Coração” (1925), “Uma Mulher como as Outras”(1928), “Ramo de Ouro”(1928), “Sinhazinha”(1929), “Tristão e Iseu”(1930), “Viagem Sentimental”(1931), “Humor” (1936), “Educação da Mulher”(1936), “História do Brasil”(1940).

Em 1907, criado o Serviço Médico Legal da Polícia do Distrito Federal, foi nomeado seu primeiro Diretor.

Em 1913, assumiu a cadeira de Medicina Pública da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e publicou, no mesmo ano, “Elementos de Higiene”.

Em 1926, foi eleito deputado federal pela Bahia e como deputado federal teve atuação das mais brilhantes.

Diz Loureiro de Souza: “A sua obra literária e científica é imensa, não perdendo, no entanto, pela extensão, a grandiosidade”. E acrescenta: “Já prestes do fim, divulgou dois trabalhos que são um hino de ternura e amor à sua terra: “Breviário da Bahia”e “Livro e horas da Bahia” .

Faleceu, no Rio de Janeiro, em 12 de janeiro de 1947.


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