AFRÂNIO
PEIXOTO
Afirmou José Santiago da Mota:
“ Júlio Afrânio Peixoto, que eu tive a ventura de conhecer, de receber provas
de amizade e de ouvir sua palavra cristalina, acadêmica, serena e escorreita, em
orações magistrais, foi um homem extraordinário em diversos ramos do
saber”.
Médico legista, higienista,
sociólogo, etnógrafo, romancista, ensaísta, historiador, merece o respeito e a
consideração de todos os baianos.
Filho do Capitão Francisco
Afrânio Peixoto e Virgínia de Morais Peixoto, nasceu a 17 de dezembro de 1876,
na cidade de Lençóis. Concluídos os preparatórios, ingressou na Faculdade de
Medicina da Bahia, doutorando-se em 1898, quando apresentou a tese intitulada
“Epilepsia e Crime”, a qual repercutiu não só no Brasil como na
Europa.
Foram seus colegas de turma
: Antônio do Amaral Ferrão Muniz,
Augusto Couto Maia, Menandro dos Reis
Meireles Filho e Luiz Pinto de Carvalho,
todos professores da Faculdade.
Em 900, iniciou sua atividade
de escritor, publicando “Rosa Mística”.
Em 1902, seguiu para o Rio de
Janeiro, onde foi nomeado Inspetor Sanitário e, no ano seguinte, médico do
Hospital Nacional de Alienados. Substituindo ao seu mestre Juliano Moreira,
quando este estava na Europa, assumiu a direção do Hospital, quando promoveu reforma radical na
tradicional instituição.
Em 1903, foi eleito Membro
Titular da Academia Nacional de Medicina.
Em 1905, realizou viagem de
estudos à Europa, onde freqüentou os cursos dos professores mais famosos de
Berlim, Viena e Paris.
Ao regressar, conquistou, por
concurso de títulos e provas, a cadeira de Medicina Legal, na Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro.
Nessa época, publicou o romance: “Esfinge”, ao qual se
seguiram “Maria Bonita” (sua obra prima, publicada em 1914), “Minha Terra e
Minha Gente”(1916), “Poeira de Estrada”(1916), “Fruta do Mato”(1920),
“Parábolas”(1920), “Castro Alves, o Poeta e o Poema”(1922), “Bugrinha”(1922),
“As Razões do Coração” (1925), “Uma Mulher como as Outras”(1928), “Ramo de
Ouro”(1928), “Sinhazinha”(1929), “Tristão e Iseu”(1930), “Viagem
Sentimental”(1931), “Humor” (1936), “Educação da Mulher”(1936), “História do
Brasil”(1940).
Em 1907, criado o Serviço
Médico Legal da Polícia do Distrito Federal, foi nomeado seu primeiro
Diretor.
Em 1913, assumiu a cadeira de
Medicina Pública da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e publicou, no mesmo
ano, “Elementos de Higiene”.
Em 1926, foi eleito deputado
federal pela Bahia e como deputado federal teve atuação das mais
brilhantes.
Diz Loureiro de Souza: “A
sua obra literária e científica é imensa, não perdendo, no entanto, pela
extensão, a grandiosidade”. E acrescenta: “Já prestes do fim, divulgou
dois trabalhos que são um hino de ternura e amor à sua terra: “Breviário da
Bahia”e “Livro e horas da Bahia” .
Faleceu, no Rio de Janeiro, em
12 de janeiro de 1947.
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