MESTRE JOÃO PEQUENO
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Pequeno
João Pereira dos Santos,
conhecido como João Pequeno, nasceu em Araci, em 27 de dezembro de 1917, sendo
seus pais Maximiliano Pereira dos Santos (vaqueiro na Fazenda Vargem do Canto,
em Queimadas) e Maria Clemença de Jesus (ceramista, descendente de índio).
Aos quinze anos, forçado pela
seca que atingiu a região, fugiu a pé, caminhando até Alagoinhas e, algum tempo
depois, alcançou Mata de São João, onde se fixou durante dez anos. Trabalhou em
uma plantação de cana de açúcar, no ofício de “chamador de boi” Data desta
época seu primeiro contato com a capoeira, que aprendeu com o ferreiro Juvêncio,
morador da Fazenda São Pedro.
Aos 25 anos, mudou-se para
Salvador, onde foi condutor de bondes, servente de pedreiro e mestre de obras. Quando
operário da construção civil, um colega de nome Cândido, ao notar o seu interesse
pela capoeira, numa brincadeira no intervalo do trabalho, indicou o feirante
Barbosa para introduzi-lo na arte e este o levou para a roda da “Cobrinha Verde”
que acontecia embaixo de uma árvore no Chame-Chame.
Certo dia, estando em uma roda no
Terreiro, apareceu um senhor convidando os interessados a comparecerem ao
Bigode, antiga fábrica de sabonetes. Ao chegar lá, João se inscreveu na
academia e passou a seguir os passos daquele que viria a ser o grande mestre
Pastnha. Pouco tempo depois João Pereira passou a se chamar João Pequeno, foi
elevado a categoria de treinel, e começou a ensinar capoeira a todos que por
ali passaram.
Em fins da década de sessenta,
com o afastamento de Mestre Pastinha, João Pequeno o substituiu. Ao passar o
comando de sua academia, Pastinha exclamou:
“João, tome conta disto, porque eu vou morrer mas morre somente o corpo. Em
espírito, estou vivo. Enquanto houver capoeira o meu nome não desaparecerá”.
Na academia de Mestre Pastinha
João Pequeno se tornou um profissional respeitável. Ensinou capoeira a: João
Grande, Morais, Curió e outros grandes capoeiristas que por ali passaram.
João Pequeno também foi feirante
e carvoeiro. Como carvoeiro teve grande número de fregueses e chegou a ser
apelidado de “João do Carvão”. Residiu inicialmente no Garcia, em um barraco
perto do Dique do Tororó. Depois, constituiu família e construiu uma casinha na
“Fazenda Coutos”, subúrbio de Salvador. Ali recebeu capoeiristas famosos, de várias partes do
mundo.
Para João Pequeno o capoeirista tem
de ser uma pessoa educada; “uma boa árvore para dar bons frutos. A capoeira,
dizia modela o corpo e educa a mente. Serve de terapia e pode ser usada de
várias formas. É um processo de desenvolvimento, uma luta criada pelo fraco
para enfrentar o forte, uma dança, e como dança não machuca quem a pratica. O bom capoeirista sabe parar o pé para não
causar dano no adversário”.
Em 1892, depois da morte do
Mestre Pastinha, João Pequeno reabriu o Centro Esportivo de Capoeira de Angola
no Forte Santo Antônio Além do Carmo. Dalí lançou a capoeira para o mundo.
É Cidadão Honorário de Salvador,
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Uberlândia e Comendador da Ordem do
Mérito Cultural (título outorgado pelo Presidente
Luiz Inácio da Silva) e Grão-Mestre da Ordem do Mérito dos Palmares, pelo
Governo de Alagoas..
Cercado pela admiração dos seus
discípulos, João Pequeno faleceu em Salvador, no dia 9 de dezembro de 2011. Seu
aniversário é comemorado como um importante evento que “se realiza todos os
anos em uma grande roda, com a participação de vários mestres da capoeira.
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