domingo, 16 de setembro de 2012

FRANCISCA PRAGUER FRÓES



FRANCISCA PRAGUER FRÓES
 
 
 
 


Nasceu em 21 de outubro de 1872, na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, sendo seu pais Henrique Práguer (imigrante croata) e Francisca Rosa Barreto Práguer.
Teve primorosa educação e demonstrou, desde criança inteligência privilegiada.
Vencendo o preconceito da época, segundo o qual era vedado às mulheres o exercício da medicina, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, colando o grau de doutora em Medicina, no ano de 1893.
Dentre seus colegas de turma destacamos Gonçalo Moniz Sodré de Aragão e João Gonçalves Martins, futuros professores da Faculdade.
Para conseguir seu intento, lutou contra a objeção da família, a qual argumentava que a “Medicina é profissão de homem, e não de mulher”.
Efetivamente, a primeira médica do Brasil foi Rita Lobato Velho Lopes, gaúcha, diplomada pela Faculdade de Medicina da Bahia, em 1887.
A Faculdade de Medicina da Bahia, no período de 1888 a 1893, diplomou mais três médicas: Amélia Pedrosa Benebien (cearense),1890; Efigênia Veiga (baiana), em 1890 e Glafira Correia de Araújo (baiana), 1892.
Francisca Práguer Fróes foi a quinta médica formada pela tradicional casa de ensino, primaz do Brasil.
Ainda estudante, em 1892, foi interna da enfermaria de partos, na Santa Casa de Misericórdia.
Diplomada, exerceu a clínica obstétrica, na Maternidade Climério de Oliveira.
Casou-se com João Américo Garcês Fróes, também médico diplomado na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1895. O Dr. Garcês Fróes conquistou, por concurso, anos depois, a cátedra de Clínica Médica e criou a cadeira de Doenças Infecciosas e Parasitárias.
Uma vez casada, Francisca Práguer Fróes, além de exercer a especialidade obstétrica, iniciou a luta contra as limitações impostas às mulheres..
Foi a primeira mulher, na Bahia, a dirigir um Serviço de Obstetrícia.
Redatora da Gazeta Médica da Bahia, publicou vários artigos científicos, abordando temas como o parto, a gravidez assistida e as doenças sexualmente transmitidas.
Em 1895, com vinte e três anos de idade, apresentou à Sociedade de Medicina e Cirurgia da Bahia, um trabalho fundamentado em sua própria experiência: “Observação de um caso de gravidez extra-uterina abdominal”.
A partir de 1903, começou a defender, publicamente, a emancipação feminina. Naquele ano publicou, na Gazeta Médica da Bahia, um artigo, verdadeiro libelo contra o preconceito, exigindo que as mulheres tivessem o mesmo direito dos homens, nas Faculdades de Medicina.
Sua luta em favor do feminismo repercutiu em todo o estado, bem como no restante do país.
Nos idos de 1917, defendeu o divórcio, publicando um artigo altamente polêmico.
Ao longo de trinta anos, não mediu esforços no sentido de romper os códigos hegemônicos, e convencer o Brasil sobre a necessidade de emancipar a mulher.
Em 1931, foi eleita presidente da União Universitária Feminina, e colaborou intensamente com a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.
Médica e líder feminista, ganhou fama nacional, sendo citada em todos os rincões do país.
Faleceu em 1931, quando participava do Segundo Congresso Internacional Feminista.

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