DONA CANÔ
Claudionor Viana Teles Velloso, mais conhecida como Dona
Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, e mais seis filhos, nasceu em 16
de setembro de 1907, sendo seus pais Anísio César de Oliveira Viana e Júlia
Vianna.
De instrução primária, pertencente a uma família humilde, D.
Canô se tornou uma das pessoas mais
ilustres de Santo Amaro da Purificação, e da Bahia.
Sua biografia foi publicada pelo historiador Antônio
Guerreiro de Freitas e por Arthur Assis Gonçalves da Silva, no livro “Canô
Velloso, lembranças do saber viver”.
Extremamente simples, quando interrogada sobre seu
prestígio, respondia: “Fiquei conhecida por causa de meus dois filhos que nunca
se esqueceram de onde vieram nem da mãe que têm”.
D. Canô se tornou uma figura pública. Suas atitudes e
opiniões tinham enorme pristígio. Por ocasião dos festejos de seu centenário,
Monsenhor Sadock declarou: “Quando eu pergunto lá fora quem é Canozinha, todo
mundo responde que é amãe de Bethânia e Caetano. Pois aqui em Santo Amaro, eles
é que são filhos de Canozinha”.
Quando completou 90 anos de idade, o Senador e ex-Governador
Antônio Carlos Magalhães, homenageou-a afirmando: “A Bahia se regozija com uma
vida a serviço de Santo Amaro e do povo baiano. Dona Canô é símbolo da Bahia, um
símbolo que produziu grandes nomes”. O Governador Jaques Wagner, por ocasião do
seu centenário, declarou: “A fragilidade do seu corpo contrasta com o
gigantismo da sua alma”. Os presidentes Lula e Dilma Rousseff à matriarca dedicam especial carinho. Por
ocasião da última campanha eleitoral para
presidente da República, Caetano Veloso decarou que “Marina Silva é inteligente como
Obama, não é analfabeta como Lula, que não sabe falar, é cafona falando,
grosseiro”. D. Canô reprimiu o filho, dizendo “Lula não merece isso. Quero
muito bem a ele. Foi uma ofensa sem necessidade. Caetano não tinha que dizer
aquilo”. Pouco depois, Lula telefonou
para D. Canô, ponto um ponto final ao desconforto com as seguintes palavras: “D.
Canô, não fique chateada, preocupada, porque gosto muito da senhora e gosto do
Caetano também”...
Nâo obstante, D. Canô
sempre repetia: “Tenho amizade com os políticos, mas é amizade, amizade,
política à parte” .
D. Canô nunca utilizou
seu prestígio em benefício próprio. Sempre batalhou em benefício da
comunidade: lutou pela purificação do Rio Subaé, pela reconstrução da Igreja
Matriz e pela reativação do Hospital Nossa Senhora da Natividade. Organizou
novenas e festas religiosas, comemorações cívicas e manifestações folclóricas.
O cortejo da festa de Nossa Senhora da Purificação, por exemplo, saia de sua
casa.
A ilustre baiana, querida e admirada pelo Brasil, faleceu em sua residência, em Santo
Amaro da Purificação, no dia 25 de dezembro de 2012. Pouco antes de
morrer, ao se despedir do amigo Jorge
Portugal, disse: “Tô indo pro céu”...
"Fica a lição de amor, de guerreira, uma mãe exemplar. Fica a saudade e a certeza que ela está em um lugar bom. Isso também nos dá um conforto. Bacana ter sido em um dia de Natal, isso é lindo", disse o filho Rodrigo.